terça-feira, 12 de agosto de 2008

Lixo: É o que somos!

Lixo: É o que somos!

Todas estas lembranças que convivem comigo,
Todo esse desespero sem sentido,
Talvez ninguém saiba o porque.
Todos os nós do meu intestino,
Todas as garras do destino,
Todas as flores do saber.
Talvez ninguém saiba o porque.
Das mensagens do vento que fingimos não perceber...
Das crianças que não deixamos viver,
Que prostituímos e maltratamos,
Por quê? Para quê?
Vivemos em hipocrisia,
Representamos bem o nosso papel,
De ridículos, tiranos, assassinos,
Nos comportamos como bandidos,
Bebemos o vinho das vaidades,
Gozamos a pressa dos famintos,
Rimos dos outros,
Para esquecer nossa podridão.

O lixo que produzimos,
O lixo em que nos transformamos,
O lixo que comemos,
Quem é que vai digerir?
Vai só se putrefar e explodir!
Tenho nojo da tua cara,
Tenho nojo da tua fala,
Tenho nojo de você!
Se for para prejudicar os outros,
Se mate!
Não tenho mais pena de você!
Da sua insignificância,
Das piadas que só têm graça para você!
Tenha uma boa morte,
Um bom recomeço,
Vire a vida ao avesso,
Desconfie de quem lhe sorri,
Ao mesmo tempo podem apunhalar-te pelas costas.
Podem lhe trair.
Amor?
Substantivo abstrato!
Digno de piedade e confissão.
Merece um atestado de loucura,
Nudez e comemoração.
Arranquemos nossa pele, pois,
Sejamos livres para sofrer,
Mas sofrer só se for de amor,

Um comentário:

Gedeane Costa disse...

Nossa...tem uma frase muito forte: se mate??? Todo lixo pode ser reaproveitável...No mais, belo poema.