A morte é simples assim.

A morte é simples assim.

Depois de sua morte ser confirmada com o tempo,
Deixei-o ainda quieto, como se não tivesse notado o que se passou.
Era como se ele ainda continuasse vivo.
Como se nada tivesse mudado, e ele apenas estivesse dormindo.
Evitava culpar-me por estar ausente neste momento crítico.
Mas durante algum tempo fiquei mais séria que de costume.
Para que serviu a vida dele?
Sempre preso, sempre dependente de mim?
Será que teria sido melhor se eu o tivesse deixado ser livre, embora soubesse que ele não conseguiria manter-se vivo por muito tempo?
Era tão frágil...
Não sei se protegê-lo foi a melhor opção.
Viveu pouco e sozinho. Provavelmente será este também o meu destino.
Não tive nem “ânimo” para chorar.
A morte é simples assim.
Depois de algum tempo, vai ser como se ele nunca tivesse existido.
Vou aos poucos duvidando e questionando minha memória.
Os vestígios de sua existência estão e vão deteriorar-se aos poucos.
Mas, talvez, o mundo acabe primeiro.
Antes, talvez, que seu lindo corpinho seja totalmente roído pelos vermes.