sábado, 18 de julho de 2009

Lamento de um pássaro preso.

Minha vida é um quadro em preto e branco.
Há raras frestas de arco-íris.
Um arco-íris é feito de água e luz.
Não entendo o porquê da história do pote de ouro.

Meu céu é através das grades.
Vou de um lado a outro, mas não encontro a saída.
Durmo, como, bebo,
Espero o tempo passar.

Não canto mais,
só lamento.
Quem se importa com o meu sofrimento?
Quem se importa com a minha dor?

Sou tratado como objeto.
Comercializado,
colecionado,
condicionado.

Observo os pombos e os pardais
comendo lixo.
Fugindo das pessoas,
dos cães,
dos gatos,
dos carros,
dos meninos com estilingues e pedras.

Minhas asas atrofiadas.
Que pena não poder usá-las.
Que desperdício, meu Deus!
Roubaram minha liberdade!
Roubaram minha vida de mim.

Preso,
ignorado.
Sinto frio.
Sinto um vazio
de não viver como devia.

Jogo-me contra as grades.
A fim de acabar com elas
ou comigo.
Deus, me ajuda!
E tens misericórdia dos homens que me prenderam.
Leve-me ao céu das aves
para que eu possa voar por entre as estrelas.
Mergulhar no céu
e descobrir meu riso.
Justiça sendo feita,
não haverá mais o caos da humanidade.

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