segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Poder do livre-arbítrio.

É como se eu ficasse observando o precipício.
Deixando o meu corpo escorregar só um pouquinho.
Escorregar até sentir um pouco de medo.
E voltar correndo
com uma mistura de riso e de desespero.
Volto à posição original.
Agora com um pouco mais de cuidado.
Por um tempo esqueço a queda.
Fico de barriga para cima contemplando o céu.
Agradecendo por estar viva contemplando o céu.

Daqui a pouco anoitece.
Começa um silêncio ensurdecedor.
Como se houvesse vários olhos me observando,
várias vozes me corrompendo, me julgando, me exorcizando.
Fico de bruços levemente.
Devagar inclino-me ao precipício.
E observo a minha queda.
Meu sangue escorrendo.
Meu grito ecoando,
atraindo a atenção dos anjos.
Estes apenas lamentam a minha sorte, o poder do meu livre-arbítrio.

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