terça-feira, 18 de março de 2008

Anjo solte suas rendas
Ademir
Anjo
solte sua renda pelos campos verdes,
de forma que sobre a relva tenhas poder
Anjo,
liberte os corações,
refrigera os males que o ardor do ódio faz
Anjo,
ó anjo, traz, faz;
com teus olhos verdes oliva iluminados pelo brilho do sol,
fazAnjo,
faz me sentir como nuvens,
que flutue contigo,
ó anjo,
se soubesses que desejo ar e invejo a chuva,
farias de mim o que fazes com teus pássaros,
libertarias minha alma e deixarias eu pelejar sobre teu céu
Anjo,
pós morte ,
observas o que fora destrinchado pela maldição do olho negro apenas observas com afeto o que lhe seria amável
Anjo,
tua renda vislumbrante desliza sobre as pedras do rio,
teu cavalobranco galopeia, forte, ávido a desvendar conexões novas entre o mundo do amor e o mundo natural incessante desejo de aventura
Anjo,
das carícias que fazes em meu rosto frio e apático, torna-me cada vez mais jovem
Anjo,
faz-me voar, ó altura, que de tão longe a vejo e tão perto sinto
Anjo,
que pela palavra és espírito, que pelo sentido oculto é carne, se faz presente
Anjo,
ensina-me a extinguir a maldade, meus dias já não são calmos, manifeste-se
Anjo
Rogo-te, pois a esperança não finda e a carne de meu corpo ainda suporta o meu pesar
Mostra-me o final deste tempo, e não apenas viverei nesse frenesi, consumido pela emoção
Anjo,
ó anjo, esse sorriso que esboça com lábios vermelhos e delicadamente tracejados só faz aumentar sua beleza, seu olhar intenso, lento, que me paralisa, êxtase incansável
Lança-me ao abismo mortal que devo a honra de gozar tal experimento com os braços fechados
Anjo, Anjo, Anjo,
silêncio que precede o esporro, as guerras mortais é pura discórdia do amor se conheces a necessidade da existência amenize o sofrer
Anjo,
tentei dar socos no ar para tentar parar de chover, mas minhas lágrimas fizeram parte das águas cristalinas que caiam sobre minhas vestes, olhando para o chão molhado vi a traços do meu rosto cansado e descobri que chegara a velhice
Anjo, por que te desejo?
não sei bem certo a verdade de ti, só sei que vivo melhor quando desta não cogito.
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