domingo, 26 de outubro de 2008

Pesquisa, Foucault.

Segundo uma pesquisa que entrevistou dez condenados à prisão por estupro:
Fez-se um questionário e desenvolveu-se uma análise das respostas relacionando-as com a filosofia de Foucault. Segue-se alguns fragmentos relavantes:

**O que o levou a isso? "Drogas e bebida, bobeira". (oito presos); "Vítima culpada" (três presos) ou “Vítimas que se insinuaram; "Nega o delito". (um preso).
(Como assim vítmima culpada! Foi ele quem cometeu o crime! Nojento! Machista!)
**A maioria eram casados e se davam bem com as esposas. Inclusive uma delas disse que a culpa de o marido ter sido preso era da sobrinha. Evidenciou-se que a mesma era dependente emotiva e economicamente do preso.
**Dos dez, dois sofreram abuso.
**Nenhum dos familiares sofreu abuso.
**A maioria se dava bem com a família.
**Muitos culparam a circunstância e o ambiente, uma tentativa de defesa pessoal e psicológica, que para Foucault, recai no “afeto de si” carregado pelo desejo de prazer, por um ato egoísta, onde a pessoa do outro não voga.
**Criticaram a violência.
**Observou-se, que os apenados evocam afeto ou amor, casamento ou “dispositivo de aliança”, diálogo, novamente com idéia persuasiva, concordância, para não haver agressão, normalidade em sua prática humana, mas sem excluir o poder do macho. Há que se considerar, que na prática delituosa, esses apenados fizeram o exercício do desejo de prazer e do poder, através do sexo.
**Quanto à personalidade desses homens, avaliada pelo “Szondi Trieb Test”, verificou-se que cinco apenados possuíam sexualidade normal, enquanto outros cinco apresentavam elevação dessa energia, elevação que chegava a alcançar estados patológicos; um sujeito apresentava masoquismo, um mania e três, psicopatia. Todos apresentavam fragilidade ética, bem como em todos se encontrou manifestado “afã pelo poder”.
**A maioria disse que se arrependeram e que pretendem trabalhar.
**Também se passa a entender o por quê, que através de comunicações, discursos, diálogos, enunciados, entrevistas é muito difícil conhecer-se a subjetividade real das pessoas, pois elas evidenciam representações sociais, em geral de senso comum. Já que é na alma, na personalidade, que se aloja a rocha de sua resistência. E apenas essas pessoas (antropófagas) sentem-se e conhecem-se em suas tendências e necessidades, que podem explodir em manifestações agressivas.


Fonte:
http://www.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/

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(“As relações de poder se inserem em todos os lugares, onde existem singularidades, ainda que minúsculas, relações de forças como discussões entre vizinhos brigas de pais e crianças, excessos alcoólicos e sexuais, rixas públicas e tantas paixões secretas... o poder agiria por violência ou por ideologia, ora reprimindo, ora enganado ou iludindo... bem pode acontecer que a violência esteja na sala ou mesmo na rua...” )
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“Que o governo de si mesmo, diz respeito á moral; que a arte de governar bem uma família diz respeito à economia; a ciência de bem governar um Estado, diz respeito à política. E que há uma continuidade ascendente pois aquele, que quer governar um Estado deve primeiro saber se governar, governar sua família, seus bens, seu patrimônio”.

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